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FESTAS JUNINAS PAULISTAS

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Em todo o Brasil o mês de junho é celebrado com as tradicionais Festas Juninas, festa católica de herança portuguesa (final do século XVI), que ocorre especialmente nos dias 12, 23 e 28 de junho, vésperas dos dias de Santo Antonio, São João e São Pedro respectivamente. As festas são em homenagem aos santos da igreja católica e ocorrem sempre com variada oferta de quitutes da culinária regional de cada região, assim como a música e as danças que permeiam a tradição.


Cada região do país tem a sua peculiaridade, porém o foco aqui são as festas de São Paulo. As “quermesses” são o ponto de encontro dessas comemorações. Quentão, paçoca, pé-de-moleque, arroz-doce, pipoca são os quitutes tradicionalmente presentes em todo o estado de São Paulo. As quadrilhas animam os festejos com o casamento caipira e seus convidados em coreografias marcadas passadas há gerações. E não poderia faltar o rastapé, ritmo marcado pela alegria que há décadas vem movimentando os bailes na tuia neste interiorzão afora.


A música caipira tem destaque pois através dela, nos conectamos com nossa história e nossa ancestralidade, com a viola caipira reinando absoluta, cedendo espaço também para a sanfona e o violão nesses ajuntamentos.
Na última década estamos assistindo a um desmonte dessa manifestações, que remontam gerações. Toda sorte de elementos estranhos à nossa cultura sendo apresentados numa festa que celebra não só a religiosidade do nosso povo, mas saberes e práticas que nos soam tão familiar.


Os rastapés de Tonico e Tinoco, que estão na ponta da língua de todo paulista, dando lugar ao forró, sertanejo universitário e até funk. A dancinha country sendo apresentado acintosamente no lugar do Catira. Absolutamente nada contra essas vertentes musicais. Porém a nossa construção fica onde? Tudo o que foi sedimentado na trajetória de séculos de tradição, sendo solenemente ignorado pelo seu próprio povo, que vem adotando uma outra prática que desconhece, sendo imitadores, e imitadores ruins de outra cultura que não a sua.


A nossa cultura é belíssima, pois carrega a sabedoria de nossos pais, avós, bisavós, tataravós. Não há como dissociar isso. Negar essa herança é negar a sua própria existência. Portanto, paulista, tome posse do que é seu! Enquanto ainda houver resquícios de sua ancestralidade!

p/ Ruth Rubbo, junho/2023

Imagem do WhatsApp de 2023-06-23 à(s) 13.11.09.jpg

Tonico e Tinoco (arquivo M. Bonavides)

Ruth Rubbo

Há mais de quinze anos atua em gestão/produção cultural. Filha, neta e bisneta da cultura caipira paulista, sua grande paixão. Violeira, é autora de diversos projetos culturais com foco na defesa e fomento de nossas raízes identitárias.

Membro da Comissão Paulista de Folclore.

Fundadora do Centro de Tradições Caipiras de Atibaia

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